RESENHA: UM LORDE ESCOCÊS EM MINHA VIDA - SEM SPOILLER

Título: Um escocês em minha vida 
Autor: Marcia Pimentel
Editora: Independente

Sinopse

Desde que Elise Wilkinson decidiu ser assistente de seu pai, um médico renomado na Londres de 1833, aos 16 anos, sabia que isso afastaria os homens. Mesmo tendo sonhado com um casamento feliz e com filhos, ela estava disposta a renunciar a tudo isso pelo sonho de um dia poder cuidar dos doentes. Anos depois, ela conheceu Richard Brown, um boêmio e sedutor, que estava falido e que tudo o que queria era se aproveitar da importância de seu pai com os ricos e nobres. Depois que seu pai sofreu um atentado na Escócia, Elise decidiu tomar seu lugar para ajudar o filho de um amigo escocês que estava entrevado em uma cama. Neil MacKinnon não era como os homens que Elise tinha conhecido nos bailes londrinos. Ele era rude e falava o queria, deixando-a chocada com o seu jeito ousado. Será que eles conseguirão deixar de lado suas diferenças e se entregarão ao amor?

        Fiquei algumas horas sentadas imaginando como começar essa resenha. Confesso que não consegui avançar muito, mas espero ponderar sobre todos os pontos e particularidades importantes sobre a obra.

        A primeira parte é que a sinopse é fidedigna de todo o contexto da estória. Elise, a protagonista, é filha de um médico renomado e auxilia o pai no atendimento nos hospitais. Na Inglaterra, dentro do campo de atendimento médico, ela só tem contato com os mais pobres, pois os nobres não desejam ser atendidos por uma mulher. Seu pai acaba tendo que ir a Escócia para tratar de um filho de um amigo que ficou paralítico depois de um acidente e na volta sofre um atentado. Sua filha, Elise, então resolve assumir de maneira independente a posição de seu pai e honrar a palavra dele enquanto esse (seu pai) se recupera.

        Esse livro foi uma sugestão no skoob de uma pessoa que leu algumas resenhas que fiz sobre os livros pautados na temática histórica. Aceitei a sugestão e num panorama geral não me arrependi. Contudo, é necessário fazer alguns apontamentos. Dentre desse esboço toda a trama é bem construída. Ao observar os romances de outros autores com a mesma temática não vejo essa escritora deixando a desejar, ou seja, a estória tem uma fundamentação, a mesma consegue desenvolver todas as teias de acontecimento dentro de um paradoxo já pré-estabelecido, e todos os personagens tem algum grau de importância dentro da ambientação. Logo, posso afirmar que é necessário apenas lapidar alguns pontos que não estão bem definidos.

        Uma percepção de cunho pessoal ao ler esse romance e até outros estilos literários que são publicados de maneira independente é alguns erros de âmbito temporal, e mesmo lendo no kindle percebi esses pontos. Não sei se é um erro de digitação ou mesmo falta de um olhar um pouco mais atento. Outro ponto que realmente me incomodou um pouco foi que em vários momentos a narrativa sublinhava alguma informação que já havia sido destacada anteriormente. Em outras palavras, eu já tinha lido, quer dizer, eu já sabia, afinal foi frisado tantas vezes que era impossível esquecer. Em relação a construção dos personagens isso também gerou determinada inquietação, pois os personagens secundários na metade do livro perderam um pouco sua idiossincrasia. Eu entendi as razões e até mesmo motivações para esses personagens tomarem um caminho diferente, a autora, Marcia Pimentel, quis fazer suspense para a solução de alguns mistérios, mas esse suspense seguiu uma idéia contrária. O que desejo acentuar é que um dos “vilões” é a pessoa mais improvável e que alguns personagens suspeitos e tendenciosos para o lado “mau” mudaram rápido e drasticamente sem ter uma construção em torno disso. Assim, acredito que essa parte poderia ter sido melhor elaborada e até mesmo construída. E, esses são os pontos que adquirem uma conotação negativa. Cabe acentuar que o livro também tem alguns erros ligados a gramática, coesão e coerência, e, isso não atrapalha a leitura, mas uma revisão iria fazer o livro se tornar mais promissor e interessante.

        Ao analisar todas essas contemplações não considero que o livro seja “ruim”, porém por ser uma produção independente e não contar com todos os subsídios de especialistas desse campo para uma melhor orientação e até mesmo revisão de texto ele tem alguns aspectos desfavoráveis que podem ser corrigidos levando o ledor para um mundo de faz-de-conta arrebatador. Daí se torna mais fácil imaginar uma mocinha que foge dos paradigmas usuais desse tipo de romance, o que com certeza irá surpreender o leitor de maneira significativa.

Outras Informações

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Sugestão para a leitura do livro