RESENHA: PRÍNCIPES DO DIAMANTE (LIVRO 1) - TE JURO AMOR EM SILÊNCIO - SEM SPOILER

Título:Te juro amor em silêncio
Autora: Raíza Varella

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Sinopse

Ela

Eu o chamo de Ms. Foda Fantástica.Ele ainda não me conhece, mas por causa das paredes finas dos nossos apartamentos eu sei tudo a respeito dele.Faz 39 dias que o cretino se tornou meu vizinho de porta.Faz 39 dias que o cretino me faz pecar.Faz 39 dias que eu não durmo direito por causa das suas “noites agitadas”.Faz 39 dias que eu não penso em outra coisa a não ser me sufocar com o travesseiro.Eu o odeio.Eu o odeio como nunca odiei ninguém.

Ele

Ela me odiava.Ela não foi como as outras garotas.Ela não perdeu o rumo na minha cama.Ela não arrancou as roupas e gritou dentro do meu apartamento.Ela fez pior.Ela me contou todos os seus pecados dentro do elevador e condenou minha alma ao inferno porque agora não tem nada que eu deseje mais do que tê-la para mim. O problema é que Roberta Brasil já é de outro.

        Um livro tem muitas faces, muitas interpretações, é subjetivo e a personalidade é adquirida conforme a individualidade do ledor e isso pode resultar em diversas óticas, ou seja, uns leitores os conceituam como ótimo, outros como regulares e assim por diante. Contudo, uma critica precisa ser construtiva e considerar as barreiras que o autor teve para superar todas as dificuldades, desde dormir tarde até conseguir construir um mundo de faz de contas.

        Após enfatizar essas peculiaridades gostaria de ressaltar que ao ler esse livro alguns pontos me encataram e outros me confundiram. Entretanto, começarei destacando as qualidades.O livro tem uma linguagem fácil, a estória é envolvente, os personagens carismáticos e toda a ambientação e contexto são significativos.

        A narrativa inicial do livro é feita por um “cúpido” de maneira indireta, é cômica e muito cativante. Esse ponto inicial trata-se do “joalheiro” falando de seus filhos, de imediato é perceptível que a autora, Raíza Varella, tem um talento natural. Confesso que nesse momento percebi que iria gostar de toda a explanação da trama, pois as risadas foram o ponto forte pela concepção desse personagem. Como é um livro com continuação somos apresentados a outras personalidades como uma introdução para os próximos volumes.

        Roberta é a protagonista, a mesma está noiva é advogada e foi criada por freiras. Átila é médico, mulherengo e gosta de um tipo de sexo “alternativo”, embora o livro não seja BDSM. Daí começa a nossa saga. A mocinha é carismática, mas em muitos momentos infantil, e essa infantilidade é uma característica da mesma. O problema não é a dependência ou a necessidade de ser cuidada, aliás isso é comum em muitos obras desse estilo literário, a problemática é como essa realidade é desenvolvida durante a teia de acontecimentos. Paralelamente a isso, a escritora formou uma seriedade quando Roberta desenvolve seu âmbito profissional, nada mais contraditório. Não que isso seja um problema gritante, mas contradiz o perfil que é traçado, em determinado momento temos uma Roberta competente e no outro dependente. Essa carência é justificado em alguns pontos, mas a troca de personalidade é visível até mesmo no noivo, que em um instante é o vilão e no outro não. Aliás, soma-se a isso outra esfera, já que a postura do noivo é demonstrada por meio de uma atitude de mau caráter e legitimada e aceita por colocar a culpa dessa ação na noiva (Roberta).

        Átila não é diferente de um mocinho tradicional que guarda um segredo que compromete toda a família e que precisa ser "salvo". No momento que é "salvo" tudo entra nos conformes. E, esse é o ponto negativo, pois a autora fica postergando de todas as maneiras para que haja mais quantidades de folhas. Como diz o ditado popular, quantidade não é sinônimo de qualidade e a escrita tem ápices contagiantes e outros monótonos. Outra particularidade são erros na linha temporal, não foi possível sublinhar essas propriedades, dado que li pelo Kindle, porém foram essas idiossincrasias que mais incomodaram. O livro tem potencial, e, talvez uma revisão consertasse esses problemas envolvendo o tempo.

        Toda essa proeminência evidencia que ao pormenorizar o exemplar de Raiza Varela há um enorme talento, mas que por meio de um olhar crítico é necessário lapidar alguns desenvolvimentos da estória, não que essas minúcias sejam necessariamente um problema, em razão de não ser empecilho para o desenvolvimento e interpretação da diegese. No entanto, a releitura e correção iria contribuir para entrecho com maior magnitude e qualidade.