Título: Extraordinário
Autora: R. J. Palacio
Editora: Intrínseca
ISBN: 978-85-8057-301-5
1.ª edição setembro de 2013
317 páginas
Literatura infanto-juvenil
Sinopse
O livro conta a história de Auggie, um menino que nasceu com uma síndrome genética cuja sequela é uma severa deformidade facial. Em um manifesto em favor da gentileza, ele enfrenta uma missão nada fácil quando começa a frequentar a escola pela primeira vez: convencer os colegas de que, apesar da aparência incomum, ele é um menino igual a todos os outros.
Minhas Impressões
Antes de tudo, desculpe pela ausência, mas eu voltei!
Antes
de iniciar essa resenha gostaria de ressaltar que não sabia que o livro iria
virar filme esse ano, tal informação descobri ao acabar a leitura e procurar sobre a obra e autora. Recebi esse exemplar a cerca de três anos atrás,
foi um presente da minha amiga Adriana. Entretanto, diante de tantas opções
literárias acabei por adiar a leitura.
O
livro é dividido em oito partes, sendo narradas por personagens diferentes.
Esse enfoque diversificado nos faz ter uma perspectiva mais ampla sobre o
protagonista, além de compreender algumas atitudes e personalidades de outras
figuras importantes na trama. Todavia, independente dessas divisões, esse
estória começa e termina pelo olhar atento de Auggie.
August
Pullman, por arrogância e prepotência do destino nasceu com o rosto desfigurado,
mas essa afirmação também pode e deve ser questionada. Outro conceito é que o
nosso pequeno extraordinário foi formado perfeitamente e apenas aqueles que
veem a sua verdadeira natureza conseguem identificar o quão perfeito ele é. O
extraordinário do cotidiano, talvez, esteja presente nas ocasiões em que a
insensatez é deixada de lado e é possível enxergar o outro pela janela da alma,
lendo o coração, valorizando os sentimentos e retribuindo com o amor.
Em
termos científicos há algumas teorias que tentam esclarecer o porquê do nosso
protagonista ter essa deformidade facial, o mesmo é explicado pela questão da
genética e/ou “decorrente da loteria da sorte”. Contudo, independente da causa,
esse transtorno afeta várias áreas de socialização do Auggie, pois a principio nem
todos conseguem agir naturalmente ao olha-lo numa primeira vez, já que ele está
longe dos padrões estéticos impostos pela sociedade. Por isso, nosso pequeno
começa a frequentar a escola aos dez anos, passando nas etapas de seleção da
instituição educacional e sendo inserido na turma de 5.º ano.
Seu
ingresso no colégio não foi marcado pela melhor recepção. Crianças podem ser cruéis
e conviver com o diferente é singular, e como ressaltado por alguns estudiosos:
integração não está associada à inclusão.
Em meio às posturas equivocadas e mal-intencionadas ainda existem meninos
e meninas que são solidários. A partir desse entendimento, com emoções e
atitudes, se inicia uma amizade entre Auggie e Summer. Uma menina que está
disposta a vencer qualquer obstáculo em nome desse companheirismo.
Depois
desse vínculo com a Summer, temos uma amizade crescente com Jack Will e no
decorrer do ano outros amigos são conquistados, através da sua forma colorida
de enxergar o mundo, mesmo que em alguns momentos a dificuldade de adaptação o
tenha atingido de forma inigualável.
-Por que tenho que ser tão feio mamãe? – murmurei
-Não, querido, você não é...
-Eu sei que sou. (p. 66)
Os
capítulos são curtos, sendo caracterizado por uma linguagem simples e
cativante. Ouso dizer que a autora conseguiu corresponder as minhas expectativas,
principalmente na narrativa, ou seja, cada vez que uma criança expressa sua opinião
esse condiz com a sua faixa etária. Os pensamentos dos meninos e meninas não
são maduros ou imaturos demais, eles apenas agem em conformidade com as
atitudes dos pequenos no mundo real.
Conforme
a leitura vai avançando nos deparamos com um erro grotesco. Na quinta parte que
está relacionada ao olhar de Justin, namorado da irmã de Auggie, nenhuma frase
após o ponto final ou de continuação começa com a letra maiúscula. Esse
problema incomodou bastante, pois me deu nervoso ao ponto de perder a
concentração, retornando várias vezes no mesmo paragrafo para refazer a
leitura.
Por
fim, o que posso afirmar é que mesmo com as ofensas, o preconceito e
consequentemente o bullying, consegui perceber o quanto a inclusão é
importante. Sob um olhar pedagógico é perceptível que não existe proposta
curricular, didática ou metodologia que tenha uma ação tão impactante na
convivência com o diferente. E é essa a mensagem do livro. Uma abordagem
simples, com uma analise perceptível das mudanças comportamentais e da
aceitação e respeito pelo outro. Claro, nem toda realidade condiz com a ficção,
mas somos transportados para um mundo onde as barreiras e preconceitos são
vencidos por intermédio das politicas educacionais. As mudanças ocorrem pelas
reflexões diárias e é isso que acompanhamos na evolução de Auggie, que ele é
tão extraordinário que posturas são analisadas e vistas por outros ângulos.
Esse preceito significa que deveríamos ser lembrados pelas coisas que fazemos. Elas importam mais que tudo. Mais do que aquilo que dizemos ou do que nossa aparência. As coisas que fazemos sobrevivem a nós. São como monumentos que as pessoas erguem em honra dos heróis depois que eles morrem. Como as pirâmides que os egípcios construíam para homenagear os faraós. Só que, em vez de pedra, são feitas das lembranças que as pessoas têm de você. Por isso nossos feitos são nossos monumentos. Construídos com memorias em vez de pedras (p.72).
E,
aí? Já leu? Pretende ler? Deixe seu comentário.
Preceitos Extraordinários - Por Adriana Estevam
humm... agora eu estou querendo ler também essa obra!
ResponderExcluirVai gostar!!! :)
ExcluirOiê!!
ResponderExcluirAinda não tive oportunidade de ler esse livro, mas só leio e ouço elogios a respeito dele. Acredito que nós educadores precisamos estar atentos a esse tipo de literatura, principalmente, porque na escola nos deparamos com situações que muitas vezes não estamos preparados para lidar e é fácil cair no erro do preconceito ou pré-julgamento.
Preciso ler esse livro o quanto antes!!
Bjss
Pois é, sua colocação foi perfeita, educadores precisam saber lidar com a inclusão, o diferente faz parte da rotina escolar. Beijos!
ExcluirMANO, adorei sua resenha, esse livro mexeu muito comigo, uma das histórias mais linda da vida! Parabéns pela sua escrita, tu vai longe ❤
ResponderExcluirwww.estranhanoparaiso.com.br
Obrigada!
ExcluirOii, Verônica.
ResponderExcluirPrimeiramente, <3 <3 <3
Segundamente, adorei a sua resenha. Acho que você conseguiu captar muito bem o que esse livro quer passar ao leitor. E esse livro é lindo demais mesmo!!
Beijos.
=D
<3 <3
ExcluirOii! Eu amo muito Extraordinário. E sua resenha está incrível. <3 <3
ResponderExcluirQuando eu soube que ia sair o filme, eu surtei haha
Parabéns pela resenha! Beijos!
Olá, tudo bem?
ResponderExcluirNão tinha muito interesse em ler esse livro, mas ai vi um pouco sobre a adaptação cinematográfica e fiquei mais empolgada.
Adorei a sua resenha.
Um beijo.
Olá!
ResponderExcluirJá tem tempão que tenho esse livro em e-book e ainda não consegui ler.
Tantos livros que abordam os mesmo temas que vão aparecendo que acabo esquecendo dele!
Parabéns pela resenha!
Bjs
Não achei a temática comum, mas entendi seu comentário :) beijos
ExcluirEu tinha esse livro, e por alguns motivos aí, o vendi rs. Mas, sempre tive vontade de lê-lo. Sei que é uma história com um tema delicado, que precisa sim ser discutido, e provavelmente vou me emocionar muito. Beijão.
ResponderExcluirOlá!
ResponderExcluirMáximo respeito pelo Auggie! Eu li faz tempo, mas a história me encantou logo de cara, impossível não amar!! Sem falar que a gente reflete muito sobre diversidade e inclusão.
Olá, tudo bem???
ResponderExcluirSempre leio resenhas positivas deste livro, pelo jeito você só pegou para lê-lo depois da febre... pq menina peguei cisma de azul por causa deste livro haha... não curto ler sick lit, mas não posso tirar o brilho que a história propõe sobre a inclusão social. Todos tem tem direitos e ir e vir e viver a sua vida da melhor maneira. Então o preconceito tem que ser deixado de lado e temos que conviver bem com a diferença... ninguém é melhor e nem pior do que ninguém né.. Xero!
Mesmo com muitas resenhas positivas na época em que foi lançado, fugi do livro justamente pr estar tão em destaque (faço isso muitas vezes, comprar e ler por influência alheia às vezes estraga nossa impressão do livro). Quando pensei em finalmente ler, descobri que ia sair a adaptação, ou seja, vai voltar a ser destaque... Assistirei ao filme e lerei depois. Parece ser uma ótima leitura e com mensagens lindas.
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