RESENHACINE: CORRA! (FILME) - SEM SPOILER

Um jovem fotógrafo descobre um segredo sombrio quando conhece os pais aparentemente amigáveis da sua namorada.

        Demorei um pouco para assistir esse filme, embora ele tenha sido indicado para o Oscar e tenha ganhado quatro estatuetas. Recordo-me de ter visto cenas, pois meu cunhado assistiu aos filmes indicados e estava na sala, mas não vi na íntegra. Atualmente, percebi que estava como sugestão no catálogo da Netflix e embarquei nessa viagem.

        Já conhecia esse ator da série Black Mirror em um episódio esporádico, mas confesso que não recordo de ter visto outras interpretações dele. Daniel Kaluuya é o personagem principal e o papel de Chris Washington foi representado de maneira impecável, daí justifica-se as razões de ter sido indicado ao Globo de Ouro e ao Oscar. Sendo assim, Chris é um fotografo negro que após 4/ 5 meses de namoro vai conhecer a família da namorada que mora em uma cidade que pode ser descrita como no mínimo inusitada. A namorada é a Rose Armitage (Allison Williams) que é caucasiana.

        O tema do filme é polêmico e atual, uma vez que fala ainda da perpetuação do racismo na sociedade em um contexto mundial. Diante disso, logo nas cenas iniciais, nos deparamos com um acontecimento complexo no qual um negro é agredido fisicamente e colocado no porta-malas de um carro por um desconhecido. No decorrer da obra cinematográfica nos encontramos novamente com esse homem em outra situação. Por essa perspectiva, as cenas começam a se tornar sombrias durante o trajeto para a residência na qual eles irão passar o final de semana, visto que um animal é atropelado em circunstância atípica. E, os “quadros” durante o filme contendo as posturas e comportamentos racistas já são notáveis em uma abordagem policial.

        Ao chegar à casa dos sogros a receptividade e atenção desses é anormal para qualquer um. Então, nesse núcleo familiar a sogra é uma hipnoterapeuta e o sogro um neurocirurgião. O tempo todo o panorama é tenso e movido por um suspense instigante, dado que há uma ânsia para compreender as motivações do clima estranho. Outra notoriedade é que na cidade há poucos negros e esses são bem “excêntricos”. O estilo de filmagem e a direção nos fornecem os mesmos panoramas que os de Chris, ou seja, sabemos que há algo errado, mas todas as informações são liberadas aos poucos o que ocasiona em uma desconfiança de todos, porém sem saber ao certo o porquê.

        Como já apontado diversas vezes não sou formada em cinema e sei que ocorreram muitos elogios em relação ao assunto abordado por Jordan Peele e pela sua direção. Por todos esses parâmetros, cabe afirmar que é um filme único, excêntrico e envolvente. Todas as pegadas foram essenciais para a dinâmica dos acontecimentos que prendem o telespectador em todos os pontos. A crítica social é perfeita e o talento dos envolvidos extraordinários.

PS: Embora tenha sido considerado um gênero de terror, não achei em momento algum assustador.

E, você já assistiu? Qual a sua opinião?

Outras Informações

Título original: Get out

Data de lançamento: 18 de maio de 2017 (Brasil)

Direção: Jordan Peele

Bilheteria: 255, 4 milhões