Resenha: Enquanto eu te esquecia?

Título: Enquanto eu te esquecia?
Autor: Jennie Shortridge
Editora: Única Editora

Sinopse
Lucie Walker não se lembra de quem é ou como foi parar nas águas geladas da Baía de São Francisco. Encaminhada para uma clínica psiquiátrica, ela aguarda até que um homem chega afirmando ser seu noivo. Entretanto, com seu retorno para casa, essa mulher sem memória vai tomando conhecimento de sua personalidade antes do acidente, da pessoa controladora, fria e sem vida que era, e dos segredos da infância e da família, assim como da situação do noivado e dos mistérios que podem ter provocado o acidente
Será que ela quer isso de volta? Será que essa nova Lucie conseguirá manter o amor por Grady, ou a oportunidade de recomeçar será sua salvação?
Intenso, franco e incrivelmente emocionante, Enquanto Eu Te Esquecia é um livro delicado, que nos questiona sobre a maneira que vivemos e nos lembra que sempre temos uma nova chance de ser feliz.

Minha opinião

            Creio que de todos os obstáculos para resenhar, o mais difícil é quando a paixão pela obra é tão evidente que as palavras lhe faltam, o medo assola, e a aflição é latente por não conseguir encontrar adjetivos louváveis.

            Recebi esse livro de presente da editora gente e única como um brinde de boas vindas pela parceria. Demorei em ler, não sei o motivo, entretanto ao pegar essa obra fui sucumbida por uma estória tão rica que me senti “boba” por não ter me aventurado antes.

            O mesmo é narrador através de três pontos de vista, Lucie, Grady e Helen. Lucie foi encontrada na Baía de São Francisco e não recorda de nada. Ao ser levada para o hospital psiquiátrico é diagnosticada com um distúrbio raro: fuga dissociativa. Tal doença é caracterizada como uma fuga da realidade que gera a amnésia, sendo essa passageira ou permanente. Grady é o noivo de Lucie, um homem emotivo, descendente de índios e muito carismático. E, Helen é a chave para tudo. Essa é a única parente viva de Lucie, as mesmas não tem contato há anos e remexer no passado pode gerar sentimentos dolorosos que deveriam estar enterrados, mas como não consertar tudo se o destino está lhe dando uma segunda chance?

            Com a narrativa vamos descobrindo como Lucie era frívola e mesquinha, a mesma começa a revelar uma personalidade mais humana, conquistando todos a sua volta e não ficando satisfeita com a descoberta do seu antigo eu. O amadurecimento e a simplicidade da protagonista são contagiantes, a mesma deixa de seguir padrões para se sentir aceita, percebendo que aproveitar os momentos são os maiores prazeres que a vida pode oferecer.           

            Em meio a todo o caos que se apresenta na vida de Lucie, ela percebe que os pontos de seu passado são a assombração para atitudes persistentes, tendo a tenacidade como plano de fundo para um enredo complexo e infeliz. Todas as chaves vão encontrando a fechadura durante a narrativa e vamos percebendo que a vida nos presenteia com segundas chances, esse não é um assunto repetitivo, e sim uma reflexão de como as pessoas se escondem em casulo por viverem traumas. A autora apresenta um romance tão peculiar e real que não tem como não se apaixonar e vivenciar a escrita fácil e significativa.

            Em todos os momentos o leitor é contagiado pelos mistérios e descobertas do texto, torcendo para que no final tudo se encaixe, com a expectativa a mil, para que essa dure para sempre. Com uma escrita prática e simples, autora soube abordar a essência da vida, descobrir o novo e perceber que o contínuo é a melhor escolha.

Percebeu algum erro gramatical, concordância ou coerência no texto? Nos avise no seguinte e-mail: pensaliterario@gmail.com Obrigada!